sábado, 16 de julho de 2011



...então posso dizer, meu caro e nobre cipreste, sem a mais minima inteligível duvida, que sou a folha oscilante no limiar das estações, a espera do novo sol para renascer na fresca relva dos dias eternos. Não tenho as linhas inocentes de uma rosa cerejeira, não me cobre a pomposidade de um crisântemo, nem minha sombra se debruça com a sensualidade de um cravo. A riqueza que trago comigo jaz oculta na lirica intangível de uma palavra, na melodia dócil de tordos silvestres que de meu peito exalam... A ultima brisa de outono soprou...ao voar me dou, a tocar estou o sagrado jardim dos poetas mendigos.

Vonn Frey : " Dialogos Profanos"


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